terça-feira, 24 de maio de 2011

Marcas

Entraram no canil e ele começou a observar os cães. Encontrou um de tamanho médio tentando esconder-se em sua gaiola. Estendeu sua mão e a colocou sobre a cabeça do animal.
O cachorro não se mexeu mais, ele era marrom, com uma mancha negra cobrindo boa parte da pata direita dianteira. Então os olhos de ambos começaram a brilhar, uma luz prateada opaca.

- Seu nome agora é Hati, e a noite seu único lar. Agora venha comigo.

Sem precisar de mais algum comando o cão lhe acompanhou.

- Naya, você vem?

- Estava te esperando, olha o que eu achei.

Ela lhe mostrou um gato, totalmente negro, exceto por uma mancha branca em forma de lua crescente nas costas.

- Ora, ora, gostei. Traga-o.

Saíram do canil e continuaram pelo caminho que os levaria até o irmão de Naya.

- Me diga, Marconi, como faz isso?

- Marcar?

- Exatamente.

Furlan suspirou por um momento e então parou de andar. O cão parou logo após.

- Bem acho que você vai ter de saber de qualquer modo. Mas eu não deveria.

- Por quê?

- Você deve be porque quando chegarmos ao seu irmão, ele já terá fugido, e nós teremos de caçá-lo. Mas não devo contar, pois é assim que tem de ser.

- Se eu preciso saber, conte-me. E meu irmão não poderia fugir, ele não é tão poderoso.

- Não, em condições normais ele nunca conseguiria.

- Mas então...

Ele olhou para a lua. Estava crescente.

- Eu vou explicar, confie em mim.

Ele tocou com um dedo em sua testa, a imagem da lua, exatamente como estava no céu, apareceu no local e os olhos dela começaram a brilhar.

Então ela se viu em um tempo muito distante do seu. Não sabia como, mas sabia que era assim.
Viu Marconi ao seu lado, mas quando tentou perguntar o que estava acontecendo nada saiu de sua boca.

- Só olhar, me desculpa, mas essa é a condição para tal conhecimento. É a lei. Olhe e aprenda.

Então ele apontou para cima, havia um eclipse se formando. Não era possível notá-lo ainda, mas ela também sentia isso. Olhou de volta para Furlan e ele estava apontando para frente, onde duas pessoas estavam na frente de uma pedra repleta de marcações. Eram nomes.

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